terça-feira, 30 de junho de 2009

Folha de S.Paulo: Tulipa Ruiz abre temporada no Grazie a Dio!



Tulipa Ruiz mostra hoje sua "música narrativa"

Cantora e compositora se apresenta no Grazie a Dio

MARCUS PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Há pouco mais de um ano, Tulipa Ruiz fez seus primeiros shows individuais no Studio SP, quando a casa ainda funcionava na Vila Madalena. Naquelas apresentações, cantava quase que exclusivamente as músicas de pai, o guitarrista Luiz Chagas. Os amigos da família compareceram em peso para ver "Tulipinha" no palco, "a crooner do papai".

Pois eles vão tomar um susto se aparecerem hoje à noite no Grazie a Dio, onde a cantora estreia nova temporada de shows. Ela completou 30 anos e, diz, já sente os principais efeitos dessa terceira década de vida refletidos em sua música.

"Falam em retorno de Saturno aos 28 anos, o meu veio aos 30. Agora, consigo comensurar melhor minhas limitações e minhas capacidades", diz. "Sei poucos acordes no violão, mas faço as coisas com o mínimo que tenho."

E o mínimo que ela tem não é pouco. Foi ferramenta suficiente para que ela compusesse muitas canções novas, quase todas do roteiro deste novo show. Elas devem constar em seu álbum de estreia, com lançamento planejado para o final do ano. A produção deve ficar sob os cuidados do pai e do irmão, o também guitarrista Gustavo Ruiz, da banda Trash pour 4.

Tulipa gosta de fazer letras narrativas. Muito por influência daquelas que o vanguardista Luiz Tatit compôs nos anos 80 para o Rumo, sua banda preferida desde a infância.

Até outro dia, ela não mostrava suas composições nem para os músicos de casa. "Ficava com vergonha, achava tosco, tinha medo que fossem me reprimir", conta. Hoje, pai e irmão tocam em sua banda e conhecem todas elas de cor. Mas ainda se surpreendem com os temas abordados nelas.

Chagas estava em casa quando Tulipa recebeu a reportagem da Folha. E ficou sabendo naquele exato momento que "Pedrinho", uma das canções do repertório, não tinha sido feita para um casal, mas para dois meninos.

"Pedrinho parece comigo, mas bem-resolvido com sua nudez./ (...) Pedro, essa cantiga não fala de amor/ Mas, querido, essa canção acho que me entregou./ (...) Tirou da cartola uma flor e me presenteou num domingo de sol./ É meu amigo querido, até dormiu comigo no meu lençol", diz a canção. Além do pai e do irmão, a banda de Tulipa conta com Marcio Arantes no baixo e Duani na bateria. O resto ela faz sozinha. E muito bem.



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