domingo, 30 de agosto de 2009

Entrevista Portal Fora do Eixo




Tulipa Ruiz, o Blues dos arcaicos
28/08/2009

Marcelo Mendez |Cidadao do Mundo - São Caetano (SP)



Uma noite dessas, chegando do Cidadão Do Mundo, 23:17m da noite ouvi um berro do amigo Carlão. Veio em minha direção e efusivo, chamou-me pra tomar umas em local de comportamento maravilhosamente duvidoso... Por lá começou a prosa.
Reclamava que não tinha nada de novo e que por isso ficava a ouvir sempre, os mesmo led zeppelin, os mesmos dust e as mesmas bagaçadas dos anos 70. Me perguntou se eu fiquei sabendo de um novo disco ou dvd da Gal e respondi de pronto:
Carlão eu quero saber é da velha Gal, da arcaica Gal!! Rimos.

Quando cheguei em casa, fuçando uns guias velhos vi lá um tributo a velha gal que rolaria na galeria Olido. A Cantora em questão, canta a velha gal com uma força, uma vitalidade e uma força que tem os novos...Tulipa Ruiz.
Fiquei completamente abestado em plena galeria olido cantando Vapor Bartao, De um rolê... já tinha ficado estupefato quando a vi de microfone em mãos ao lado de Renato “Isaac Hayes” Gama em show do Nhocuné Soul e quando ouvi “Só Sei Dançar Com Voce” não me fiz de rogado em me render a todo esse talento.

A menina vem de linhagem nobre; É filha do lendário Luiz Chagas, primeiro guitarrista do Isca De Policia de Itamar Assunção. É ilustradora, trabalha na capa do seu esperadissímo primeiro cd e eu chamei ela aqui pra responder umas coisinhas. O papo segue abaixo e a fila pra pegar o cd já é grande.

FE: Tulipa a primeira vez que a vi cantando com o NHOCUNÉ SOUL no cidadão do mundo, fiquei besta coms eu timbre de voz puro, voz de diva a lá Lena Horne, Alberta Hunter... Quando a revi cantando Gal, saquei que você parecia você mesma... Rolou uma maturidade em seu trabalho nos ultimos dois anos?

Tulipa: Mas você sacou uma mudança entre um show e outro? Rolou sim, porque continuei participando do show dos amigos e aos poucos fui assumindo o meu jeito de fazer música.




FE: Esse seu jeito de fazer musica tem extrapolado os caminhos da cena independente. Você tem sido ouvida em outros cantos como na Argentina, via os trabalhos para o cinema da Anna Penteado. Seu trabalho se aproxima fácil disso, dessas diversas linguagens artisticas?

Tulipa: Sim, a mistura entre linguagens sempre me atraiu. Quando pequena, queria fazer capa de disco. Gostava de desenhar, xerocar, costurar coisas. Via o Crumb na capa da Janis e ficava inspirada. Lia Yoko Ono e pensava em performance. Fiz faculdade de Comunicação em Multimeios, que foi o jeito que eu achei de experimentar de tudo um pouco. Foi demais pensar em música pros frames da Anna!



FE: Ha em São Paulo uma nova leva de cantores, musicos, cantoras... O Sesc fez uma mostra com essa galera e queria saber como você ve isso; Ha um movimento acontecendo? Ou trata-se de novamente, um punhado de ações isoladas?

Tulipa:
Eu não penso em movimento, gosto mais de pensar na idéia de recorte. “São Paulo, segundo semestre de 2009”. Se você abrir um guia da Folha ou do Estado, hoje, vai ver essas pessoas que o SESC mostrou. E apesar dos trabalhos serem diferentes, as bandas são parecidas, um participou do disco do outro, ou gravou no mesmo estúdio, ou já trabalhou com o mesmo técnico. Acho que não é um movimento e sim um momento. Colaborativo, autoral e descompromissado.

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